terça-feira, 20 de maio de 2008

Se você morrer...

Se você morrer hoje, vai olhar para trás e dizer que valeu a pena?

Às vezes a rotina e o conformismo tomam conta de nós e, quando menos esperamos, estamos inseridos naquele grupo de pessoas sobreviventes da vida moderna.

Isso independe da classe social.

Em qualquer ambiente está evidente a falta de real interesse pelo outro.
Infelizmente chegamos a um ponto em que nos obrigamos a pensar que o individualismo é fundamental para garantir a sobrevivência na sociedade atual.

A verdade não é bem assim...

Não quero nem chegar a entrar na questão da política que, ao menos para mim, explicaria alguns caminhos que nos trouxeram até aqui.
Prefiro voltar ao ponto que é o mais simples e ao mesmo tempo o que aparenta ser o mais complexo:

O Humano.

No cotidiano deparamo-nos em situações nas quais já temos um modo de "piloto automático" preestabelecido.

Quando você menos percebe já está dando um "bom dia" sem ânimo algum. Nem se toca que isso é um cumprimento que tem a intenção de desejar um dia agradável, um dia produtivo à outra pessoa.

* Se você deseja um bom dia a alguém, seja verdadeiro.

Você vai notar a resposta instantaneamente, vinda num gesto singelo, num olhar e, se tiver a felicidade, num sorriso.

* Olhe as pessoas a seu redor nos olhos, eles realmente são a janela da alma.

Outro dia eu fiz um teste que, à primeira vista me parecia besta, mas o resultado me fez mudar de pensamento.
Ao descer do ônibus já comecei a colocar em prática.

Passei a olhar nos olhos de todas as pessoas que passavam por mim no trajeto até a minha faculdade. Mas não aquele olhar psicopata, um olhar sereno.

Consegui reparar alguns olhares puros que me faziam ter uma noção da personalidade daquelas pessoas. Também tive uma ajuda da linguagem corporal, é claro.

Olhei dois que me deram um certo receio. Eu consegui ver maldade naqueles, alguma coisa muito sombria. E contei com o "feeling" também.
O "feeling" não falha.

O que mais me impressionou foi a quantidade de pessoas que desviavam o olhar.
Alguns sem jeito, outros amedrontados.
Só sei que esses olhares nunca duram mais que 3 segundos.

A partir daí parei para analisar quais os prováveis motivos que levariam àquilo.

Em alguns casos, podemos levar em conta o grau de timidez da pessoa.
Em outros, aquele medo de "dar trela" para qualquer um na rua.
Pode ser que existam aqueles que são tão ruins por dentro que não querem deixar transparecer e, por isso, evitam um contato visual direto com medo de mostrar esse lado.

Na maioria dos casos é pura e simples falta de interesse na vida alheia.
Aquela vontade de conhecer e de participar de outras vidas.
Saber mesmo como a pessoa está naquele momento. Quais os sonhos, frustrações, medos...

Talvez devamos deixar a simpatia de lado e optar pela empatia.

Quando a empatia acontece, seu corpo passa a reagir a estímulos que foram empregados em outra pessoa. Isso não deve ser por acaso.
Se analisar com calma, o barbudo hippie descolado que foi grampeado na cruz tinha razão. Somos todos iguais. E para sermos felizes basta saber reconhecer isso.

Não adianta querer levar vantagem em nada porque a tendência natural do universo é se manter em equilíbrio. Ao longo do tempo ele vai corrigindo as diferenças e colocando os contrapesos.

Tudo vai ser sempre igual porque temos que ser todos iguais.
Igualmente importantes e igualmente minúsculos para o Universo.

Se você morrer hoje o universo vai continuar do mesmo jeito - a não ser que você, G.W. Bush, esteja lendo isso aqui, porque no seu caso haveria uma série de melhoras neste planetinha - cabe a você optar por ser o peso ou o contrapeso nessa balança peculiar.

Pode reparar que não existe alguém que viva só no azar ou só na sorte.
Se alguém vier dizer que só tem azar, provavelmente está tão desiludido que ficou incapaz de reparar nos diversos acontecimentos que o beneficiaram. Desde uma carona inusitada até a recuperação de algum parente enfermo.

Basta reparar.

Como você leu até aqui, eu gostaria de pedir um favor.

Ao invés de seguir, viva o seu cotidiano.
Garanto que algumas experiências sensacionais acontecerão.

Duas coisinhas bobas que podem mudar seu dia, sua rotina e sua vida:

1. Se desejar um bom dia, seja verdadeiro. Faça de coração.
2. Olhar as pessoas nos olhos. Se exponha por esses breves segundos e veja tudo com mais clareza.

Faça da sua vida um espetáculo.
Faça de tudo para garantir um belo desfecho, sabendo que não é você quem controla as cortinas e que elas podem se fechar bem antes daquele seu melhor momento, aquele que você já ensaiou exaustivamente em pensamento.

Faça do AGORA o seu melhor momento.


Faça uma pessoa sorrir.

Ajude alguém.

Seja gentil.

Seja responsável.

Tenha bom humor.


Faça tudo ao mesmo tempo se quiser, mas faça o quanto antes.
Porque se você morrer...